PATENTE DA NINTENDO

⚖️ PATENTE DA NINTENDO Ameaça Palworld E Elden Ring!

Você consegue imaginar se uma das mecânicas mais clássicas dos videogames — como pular em plataformas ou rolar para desviar de um ataque — de repente, tivesse um dono?

A ideia parece absurda, mas é exatamente o centro de uma polêmica que está agitando a indústria de jogos. 

A Nintendo, uma das gigantes do setor, obteve recentemente nos Estados Unidos uma patente tão ampla que pode redefinir as regras do jogo para centenas de desenvolvedores.

O epicentro deste terremoto é a patente de número 12.403.397, que cobre a mecânica de invocar “subpersonagens” para lutar ao seu lado. 

A notícia caiu como uma bomba, gerando uma onda de preocupação que vai muito além de seu alvo mais óbvio, o fenômeno Palworld.

Franquias amadas como Elden Ring, Diablo e Digimon podem estar, sem saber, em uma rota de colisão legal. Neste artigo, vamos desvendar o que essa patente realmente significa.

Você vai entender por que sua linguagem genérica é tão perigosa, quais são os jogos diretamente impactados e, mais importante, qual é a “brecha” legal que pode servir como linha de defesa para toda a indústria.

📜 O Que Diz a Polêmica Patente da Nintendo?

Polêmica Patente da Nintendo

No centro de tudo estão duas novas patentes, mas uma delas se destaca por seu potencial devastador.

Enquanto a patente 12.409.387 trata de algo mais técnico — a troca suave de montarias em movimento —, a verdadeira protagonista é a 12.403.397.

Ela descreve um sistema onde um personagem principal faz com que um “subpersonagem” apareça no campo de batalha para lutar contra um inimigo, seja de forma autônoma ou sob o comando do jogador.

Para simplificar, imagine o seguinte: patentear a ideia de “rolar para desviar“.

A FromSoftware não inventou isso, mas e se ela pudesse impedir outros jogos de usar um sistema semelhante? É essa a analogia que ilustra o perigo aqui. 

A patente da Nintendo não se restringe a detalhes específicos de Pokémon, como a captura por uma “pokébola”, mas sim ao conceito amplo de invocar um aliado para combate, uma mecânica que existe há décadas.

🎯 Por Que Palworld (e Outros Gigantes) Estão na Mira?

Palworld

A aprovação desta patente não poderia vir em um momento mais estratégico para a Nintendo, que já está em uma batalha legal com a Pocketpair, desenvolvedora de Palworld, no Japão. Agora, a empresa tem uma nova e poderosa arma para levar a disputa ao mercado americano.

Contudo, a abrangência do texto é tão vasta que o impacto se espalha como fogo em palha seca, ameaçando um ecossistema inteiro de jogos que utilizam sistemas de invocação. Entre os potencialmente afetados estão:

  • Jogos de Coleta de Criaturas: Além de Palworld, a franquia Digimon se baseia fundamentalmente nesta premissa.
  • RPGs de Ação: O aclamado Elden Ring e seu sistema de “Cinzas de Guerra” (Spirit Ashes), onde o jogador invoca aliados espirituais, se encaixam perfeitamente na descrição da patente. A classe Necromante de Diablo 4, que invoca exércitos de esqueletos, também está na linha de tiro.
  • MMOs e Outros Gêneros: Caçadores com seus mascotes e Bruxos com seus demônios em World of Warcraft ou até mesmo os “Sujimon” em Like a Dragon: Infinite Wealth podem ser questionados juridicamente.

O problema não é a cópia, mas a linguagem genérica da patente. Ela dá à Nintendo uma base legal para questionar qualquer desenvolvedor que use um conceito que a indústria sempre considerou de domínio público.

🛡️ Existe Uma Defesa? A Brecha Legal Que Pode Salvar a Indústria

Existe Uma Defesa? A Brecha Legal Que Pode Salvar a Indústria

Apesar do cenário alarmante, especialistas em propriedade intelectual apontam que nem tudo está perdido.

A principal crítica é direcionada ao Escritório de Patentes dos EUA (USPTO), que aprovou o documento de forma “extremamente incomum“, com análise limitada e praticamente sem oposição.

Advogados como Kirk Sigmon classificaram o caso como uma “falha vergonhosa”.

A esperança da indústria reside em dois conceitos jurídicos fundamentais: prior art” (anterioridade) e a especificidade das “claims” (reivindicações).

  1. Prior Art: A defesa mais forte é provar que a mecânica já existia publicamente muito antes de a Nintendo registrar a patente. E exemplos não faltam. A série Final Fantasy, desde seus primeiros dias no NES, já permitia invocar “summons” como Ifrit e Shiva para as batalhas. Isso, por si só, pode invalidar ou, no mínimo, reduzir drasticamente o alcance da patente.
  2. Análise das Claims: O que realmente vale em um tribunal não é o resumo da patente, mas suas reivindicações técnicas detalhadas. Se as “claims” forem muito específicas — por exemplo, exigindo que o subpersonagem saia de um “item-container esférico” através de uma sequência definida de animações —, então qualquer jogo que invoque aliados por meio de magia, runas ou outros métodos estaria legalmente seguro.

😨 O Efeito Dominó: Quais os Riscos a Longo Prazo?

Quais os Riscos a Longo Prazo

Mesmo que a patente possa ser contestada em um tribunal, sua mera existência já provoca um Efeito Resfriador (Chilling Effect)” na indústria. 

Desenvolvedores independentes, sem recursos para enfrentar uma gigante como a Nintendo, podem simplesmente abandonar projetos com mecânicas de invocação por medo de um processo judicial.

A longo prazo, o precedente é perigoso. Se essa tendência se consolidar, poderemos ver outras grandes empresas correndo para patentear mecânicas básicas, transformando o desenvolvimento de jogos em um campo minado de litígios.

A questão que fica é: qual seria o próximo passo?

  • A FromSoftware patentear o ato de “rolar para desviar”?
  • A Capcom registrar a “cutscene de porta se abrindo” de Resident Evil?
  • A EA reivindicar direitos sobre “loot boxes com animações brilhantes”?

Se isso acontecer, a criatividade que define o universo dos games pode estar com os dias contados.

✨ Um Precedente Perigoso ou Tempestade em Copo d’Água?

Um Precedente Perigoso

As novas patentes da Nintendo acenderam um debate crucial sobre os limites da propriedade intelectual. De um lado, temos uma corporação protegendo seus interesses de forma estratégica. 

Do outro, uma comunidade de criadores que vê uma ameaça real à inovação e à liberdade artística que moldaram a indústria por mais de 30 anos.

A batalha legal contra Palworld será o primeiro grande teste, mas o verdadeiro resultado será visto nos jogos que talvez nunca cheguem a nascer por conta da incerteza jurídica

A defesa baseada na anterioridade e nos detalhes técnicos da patente é forte, mas o medo de enfrentar um processo pode ser uma arma ainda mais poderosa.

Agora, a pergunta é sua: você acredita que a Nintendo está legitimamente protegendo suas invenções ou usando o sistema de patentes para sufocar a concorrência e a criatividade?

Deixe sua opinião nos comentários e compartilhe este artigo com um amigo que precisa entender essa polêmica!

Fontes: Canaltech, Tecmundo, IGN, Game Hall e Screenreant

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Yuri Paes
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Olá! Meu nome é Yuri Paes e este blog é um reflexo do meu universo. Sou Otaku de carteirinha, um eterno aprendiz e, acima de tudo, um cristão em busca de conhecimento e propósito.

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