Nos últimos meses, uma onda de memes tomou conta das redes sociais, trazendo Portugal para o centro de uma sátira divertida — e polêmica.
A brincadeira, que ganhou força no TikTok, Instagram e X (antigo Twitter), apelidou Portugal com nomes inusitados como “Pernambuco em Pé”, “Mato Grosso do Norte” e “Rio Grande de Fora”, em uma suposta “colonização reversa”.
Mas o que começou como piada se espalhou de formas inesperadas, atingindo até o Google Maps e provocando reações no mundo real. Vamos entender essa história!
Como nasceu o meme da “Guiana Brasileira”?
A brincadeira surgiu no ambiente descontraído das redes sociais brasileiras, onde usuários passaram a imaginar um cenário fictício: Portugal teria sido anexado pelo Brasil e se tornado um novo estado brasileiro.
De maneira bem-humorada, o país europeu foi rebatizado com nomes inspirados em estados e regiões da América do Sul, como a já citada “Guiana Brasileira” — uma referência à Guiana Francesa.
A trend se popularizou ainda mais após a influenciadora portuguesa Nokas questionar, em um vídeo, as publicações que falavam sobre essa “nova realidade”.
Sua reação acabou servindo de combustível para a brincadeira, que logo explodiu em visualizações e engajamento.
Importante destacar: a sátira é puramente humorística, sem qualquer embasamento histórico ou político real. Ela explora, com leveza, a antiga relação colonial entre Brasil e Portugal — ainda que, para quem não está por dentro da piada, possa gerar confusão.
A invasão do “Pernambuco em Pé” no Google Maps
O meme ultrapassou as fronteiras das redes sociais e chegou a plataformas colaborativas como o Google Maps. Usuários começaram a criar pins fictícios em várias regiões de Portugal, nomeando-os de “Pernambuco em Pé”.
Esses locais apareciam, principalmente, em áreas remotas e, geralmente, não tinham informações completas como telefone ou horário de funcionamento. Em compensação, estavam recheados de avaliações e fotos de brasileiros, reforçando a brincadeira.
A situação gerou curiosidade e, claro, muita confusão. Em alguns momentos, ao pesquisar “Pernambuco em Pé” no Google Maps, o usuário era redirecionado para o estado de Pernambuco, no Brasil, bagunçando ainda mais a navegação.
No entanto, a brincadeira não durou muito. O Google interveio e removeu todos os pins relacionados ao meme, alegando que as criações violavam suas políticas de conteúdo, que proíbem informações falsas, irrelevantes ou enganosas.
A empresa ainda reforçou que, em casos graves, pode suspender contas de forma global e indefinida.
Wikipédia e outras plataformas também foram impactadas
Além do Google Maps, a Wikipédia também sentiu os efeitos da brincadeira. Usuários chegaram a alterar artigos, adicionando supostos “acordos históricos” que transformariam Portugal na Guiana Brasileira.
Essas informações, claramente falsas, foram rapidamente removidas por moderadores da plataforma, que zelam pela precisão do conteúdo.
Essa rápida disseminação em diferentes meios mostra como os memes modernos têm um alcance poderoso — e como plataformas precisam agir de forma ágil para evitar a propagação de desinformação, mesmo quando a intenção original é humorística.
A repercussão em Portugal: nem todos acharam graça
Embora muitos brasileiros tenham se divertido com a brincadeira, o meme gerou críticas e incômodo em Portugal.
Para alguns, a piada foi vista como desrespeitosa, especialmente considerando as marcas deixadas pelo passado colonial e a atual presença significativa de brasileiros vivendo no país — muitas vezes enfrentando episódios de xenofobia e diferenças culturais.
Essa reação destaca como referências históricas e contextos culturais podem tornar certas brincadeiras mais sensíveis, mesmo quando a intenção inicial não é ofender.
Conclusão: humor, história e responsabilidade no mundo digital
O meme da “Guiana Brasileira” e a criação dos fictícios “Pernambuco em Pé” ilustram como o humor pode se espalhar rapidamente pelas redes sociais e plataformas digitais, misturando ficção e realidade de maneira quase inseparável.
Apesar da leveza da sátira, o episódio mostrou que é necessário ter responsabilidade ao participar de trends, especialmente quando lidamos com temas históricos ou culturais.
Enquanto memes nos ajudam a rir e a repensar relações históricas sob uma nova ótica, também nos lembram da importância de respeitar diferentes sensibilidades e de manter a integridade das plataformas digitais.
E você, o que acha dessa brincadeira? Será que o humor nas redes sociais está ultrapassando limites ou apenas reinventando velhos laços históricos de forma mais leve?
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Fontes: Canal Tech: Google remove locais, Canal Tech: Pernambuco em pé, Tec Mundo